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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Escrevo para ti




Caminho entre as palavras que escrevi
Trilhos que abri.
Descrita. Escrita. Palavras.
Nenhuma palavra é passado
Em nenhuma leio futuro
Escrevi sempre presente
Temporalmente em mim.
Não plantei um jardim de palavras
Abri fendas, crateras.
Sempre que a dor foi tão funda
A raiva tão violenta
A desilusão, erro óbvio
Pedra, rocha me tornei.
Olho-me do alto de precipícios
Do fim de caminhos
E olhando para trás olho em frente
Abro as mãos em desalento
Tanto caminho percorrido
E nada muda afinal.

सेम सेम



O que nós vemos das coisas são as coisas.
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos?
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

A Voçes
O que nós vemos das coisas são as coisas. Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra? Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos? Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê Nem ver quando se pensa.
A ti
Sou um evadido. Logo que nasci Fecharam-me em mim, Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa Do mesmo lugar, Do mesmo ser Por que não se cansar?
Minha alma procura-me Mas eu ando a monte, Oxalá que ela Nunca me encontre.
Ser um é cadeia, Ser eu é não ser. Viverei fugindo Mas vivo a valer.


AOS SEM ABRIGO

Aos sem abrigo de todo o Mundo Nas noites frias de Inverno Com muita chuva e a nevar E os tristes sem abrigo Sem ter com que se agasalhar Pelas ruas com fome e frio Assim vive muita gente Dormem em cima de jornais Não sabem o que é cama quente Não é só pelo Natal Que merecem ter carinho Deviam olhar mais por eles E arranjarem-lhe um cantinho Onde eles dormissem melhor E dar-lhe carinho e amor Somos filhos do mesmo Pai Que é Deus Nosso Senhor Quem tiver muito dinheiro Ajudem quem o não tem No Céu têm a recompensa De Jesus e da Virgem Mãe.
Nas calçadas da cidade

Nas calçadas da cidade Passando e vendo a maldade Vejo rios de meiguice Olhando a meninice
São meninos com sorrisos De quem está longe do cisomas um olhar de mêdo a chorar procurando quem lhes deixe amar
É somente o que pedem Amar e se deixar amar Para na vida como na rua Em paz e segurança
poder atravessar
São meninos e meninas que elegeram a rua Como casa e como lar Para viver e morar
Menino de Rua Luz
As calçadas andam cheias Os meninos perdidos Soltos por quem os devia prender Não com correntes mas com carinhos Carinhos que são laço Não só com um abraço Mas com pão , escola e formação São meninos de rua vergonha de uma nação Poderosa em exércitos Políticas e comunicação Mas deita fora na rua Os meninos coração de uma nação Há tempo para redmir E da rua faze-los sumir Para entrar em casasCom conforto e pão à mesa Uma família com certeza Já se torna realeza Ser filho ter mãe e pai à mesa É o que ele quer com certeza.
Fala do Pequeno Vadio

Rua minha casa Chamam-me vadio... (Se eles soubessem!) A fome arrasa... Sinto frio... (Se eles soubessem!) Sem mãe (em que esquina está ela?) Sem pai (qual? onde? quem?) Só a malta daquela viela Que para a caça sai... Rua minha casa Onde sou rei e senhor De um mundo de fantasia (Bolas, a fome arrasa!) Onde existe o amor E a alegria (diz o autor: lugares comuns? porque não? Não é este o motor que impulsiona uns e outros atrás vão?) Rua minha casa Onde procuro a sorte Boa? Má? (Merda!, que esta fome arrasa!!!) A vida não dá... Porque não a morte?... Que tenho eu a perder?
A Criança e seus Direitos Violados
Denominam-te de criança esperança Em tuas mãos depositam a confiança, Para um mundo melhor construires No entanto, esquecem de te fazer criança.
Criança que brinca, estuda, se alimenta e sorri E que nessa esperança ao vil mundo se lança, Pedem que a ti não se dêem esmolas Que te seja dada sim, cidadania.
Porém a própria sociedade torna teu direito utopia Cada dia mais longe estás, criança, vivendo uma alegoria Em teus olhos permanece sim, a dura melancolia De te lançares ao mundo em busca do prometido no dia a dia.
Ver-te dormir embaixo de pontes, viadutos, das calçadas Como te negar uma esmola, à espera que te concedam cidadania? Saciar-te a fome é preciso, necessidade imediata Que fizeram dos teus estatutos, criança abandonada?
Ver-te jogada ao léu, acompanhar o descaso aos teus atributos Oh! Deus Onipotente, Onipresente e Onisciente! Vela por essas crianças, nas suas vidas faz-te presente Na atual conjuntura, são pessoas inocentes e carentes.
Nós, como pais que a nossos filhos podemos educar Comprar-lhes presentes e nesse dia comemorar, Supliquemos ao Senhor: Velai por nossos filhos Velai e protegei também aqueles pequeninos.
Jogados ao relento, crianças violentadas desde cedo Moralmente e fisicamente quando tentam a sobrevivência Na busca de que lhes dêem um trocado por uma bala Ou no intento de limpar um pára-brisas.
Sociedade ainda vil e má que mesmo assim Quer levar vantagem sobre elas, Deus, continua protegendo nossos filhos Mas, olha principalmente por estes pequeninos..
Menino de Rua
E a criança que Jesus foi um dia Sofrida naquela infame perseguição É a maldade do Mundo na periferia Que persiste, não desiste essa maldição
Acordar de manhãzinha e à partida Carícias de mãe em seu rosto suave Era para a escolinha esta sua ida Era tão pouco o que parecia raro
Um beijinho de mãe no seu rosto Comida na mesa desconhecer a fome Passear num jardim ao sol posto De volta a casa, ter um lindo nome
Mesmo que de um casebre se tratasse Não importava o luxo nem a beleza Apenas, muito amor que ali abrigasse Era seu Castelo onde tinha a certeza
Podia sonhar,tinha quem o abraçasse Podia cair, tinha quem o segurasse Podia errar , tinha quem o perdoa se Podia pedir tinha quem o alimentasse
E era tão pouco o que parecia raro Longe de tudo... e tão perto se via Luxúria beleza e ele sem amparo E era tão pouco tudo o que queria.
Aquele Menino

Aquele menino corre seu caminho Descalço, roto e sempre esfomeado Sua estrada não é feita de tapetinho De duras pedras é seu chão forrado
Saltita ainda assim tão sorridente -Senhor, dê-me um pãozinho por favor! Sorrindo vai seguindo sempre enfrente Nesse chão, feito de pedras e de dor!
São assim seus dias...e noites frias... Até que mão caridosa lhe afague o rosto Já que alegrias as roubaram no seu lar
Quem dera ter uma varinha de magias Devolver-lhe a luz que dele era suposto Enfeitar-lhe a vida... e sua fome saciar.
FILHOS DA CALÇADA
Não se trata de musa bela, sob o luar que é de prata, debruçada na janela, a ouvir uma serenata...É de outra musa este tema, bem real e verdadeiro, sem tecto, sem amor matar a fome é o seu lema , um mundo onde a Esperança partiu para lugar incerto, abraçar a dor e a indiferença é a dura realidade .
Para estes autores fica aqui registado um sentimento comum, a vontade de trazer a Esperança de volta para quem tem o céu como abrigo na madrugada um banco de jardim como leito e a relva molhada .Obrigada a todos os poetas que aqui deixam este grito sentido...aos "sem abrigo" aos "Filhos Da Calçada "
Levanta-te á vida
Os pássaros nascem na ponta das árvores As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores Os pássaros começam onde as árvores acabam Os pássaros fazem cantar as árvores Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal Como pássaros poisam as folhas na terra quando o outono desce veladamente sobre os campos Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores mas deixo essa forma de dizer ao romancista é complicada e não se dá bem na poesia não foi ainda isolada da filosofia Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros Quem é que lá os pendura nos ramos? De quem é a mão a inúmera mão? Eu passo e muda-se-me o coração.
Escrevo para ti
Caminho entre as palavras que escrevi Trilhos que abri. Descrita. Escrita Palavras Nenhuma palavra é passado Em nenhuma leio futuro Escrevi sempre presente Temporalmente em mim. Não plantei um jardim de palavras Abri fendas, crateras. Sempre que a dor foi tão funda A raiva tão violenta A desilusão, erro óbvio Pedra, rocha me tornei. Olho-me do alto de precipícios Do fim de caminhos E olhando para trás olho em frente Abro as mãos em desalento Tanto caminho percorrido E nada muda afinal.
Calçada
De olhos vazios e almas fechadas, cirandam nas ruas da minha cidade. Para não se reverem nos rostos dos outro se toparem à esquina com a crua verdade, miram os sapatos, as pedras molhadas.
E, contudo, é bela a minha cidade.
O chinês das gravatas, atrás do Arsenal, tabuleiro ao peito, expressão parada, sonhando com a pátria - longínquas imagens, tempos que vão maus - ainda não vendeu nada, os pobres não usam e quem compra afinal?
E, contudo, é bela a minha cidade.
Angústia no rosto e na mão que se estende, pela Baixa acima, mal o lobrigamos, estirados exibem apelos ilegíveis.- Minha cara amiga, para onde é que vamos?- Ganham-se fortunas na pedincha, compreende?
E, contudo, é bela a minha cidade.
Rossio que se abre em braçados de flores, de floristas cansadas na tarde já fria, cravos e tulipas extasiam os turistas; e os filhos que esperam na casa vazia? Triste primavera, que ocultas mil dores.
E, contudo, é bela a minha cidade.
De cruzeiros dourados de sol e vaidade, de becos sem tempo, de escuras portadas, saem esses homens, cinzentos, sem rosto, que de olhos vazios e almas fechadas, cirandam nas ruas da minha cidade.
Acorda mendigo

Se é preciso Ser cego, surdo e mudo, Merda p'ra isto tudo!
Acorda, mendigo, Da pedra nua e fria! Não estendas a mão à caridade! Pega no bastão, E, com vontade, Exige o direito d'Alegria! Não peças p'ra morrer, Nem p'ra mentir! Os algozes, um dia, Hão-de cair!
Dores
Dores da vida, em cada esquina a nos espreitar Dores do mundo, a cada segundo o peito a sangrar Dores sofridas, ao longo da vida nos fazem chorar Dores que nascem Dores que morrem Dores mutantes Dores gestantes Dores do parto Dores que partem, deixando ficar junto com as marcas, espinhos, Dores e um ramo de flores jasmim, margarida ou uma simples rosa como a nos dizer:
Nem tudo na vida são dores, como na vida, nem tudo são flores...

Menino da Rua
Menino da rua segue teu destino Seja a minha, ou a tua mas vai meu menino
Destino traçado um dia ao nascer estás condenado em teus dias sofrer
Espiando pecados sem culpa de nada Seus pés magoados da dura calçada
De olhos no chão falando sozinho Pedindo um tostão Desejando um carinho
Mãos cheia de nada Seu corpo franzino Qual alma penada Seguindo o destino
Procura com esperança mas com alma nua Tem fé na mudança Menino da rua

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